Ambliopia

O desenvolvimento da visão e dos olhos se dá principalmente até os 6 anos de idade. Durante este período, a qualquer momento, se ocorrer algum problema que impeça ou dificulte este processo, a ambliopia se instala. Esta condição é popularmente conhecida como “olho preguiçoso” e decorre do desenvolvimento visual inadequado devido a fatores como: erro refracional, catarata, estrabismo e outros. Geralmente acontece em um dos olhos, enquanto o outro se desenvolve normalmente. Seu tratamento deve ser feito o mais cedo possível, tão logo seja detectada. A ambliopia é uma causa frequente de problemas visuais em crianças, ocorrendo em aproximadamente 3% destas. Quanto mais precoce o diagnóstico, maior será o sucesso do tratamento.
Em primeiro lugar, trata-se a condição que gerou a ambliopia e, em seguida, faz-se o tratamento da ambliopia em si, quase sempre por meio de oclusão (tampão) do olho bom, com o objetivo de promover o desenvolvimento da visão do olho 'preguiçoso'. A duração do tratamento varia de acordo com o caso, dependendo do envolvimento e comprometimento da família, podendo ser feito em semanas ou até mesmo anos. Quanto maior o empenho no tratamento, mais rápido seu resultado será atingido.
Atenção! Como a ambliopia não é perceptível a olho nu, é de suma importância que as crianças sejam levadas de rotina ao oftalmopediatra para o diagnóstico precoce. Siga as orientações de como fazer a prevenção ocular do seu filho aqui
Veja mais sobre isso no nosso Instagram @bem.te.ver e também nesse post.
Calázio e Hordéolo
(terçol)

Nossas pálpebras dispõem de inúmeras glândulas microscópicas, responsáveis pela produção contínua dos componentes da lágrima. Quando estas glândulas se inflamam ou têm seu orifício de drenagem entupido, ocorrem as condições acima. Conforme a localização e a característica da lesão, que se manifesta como um nódulo nas pálpebras, é chamada de hordéolo (situações mais agudas) ou calázio (situações mais crônicas). O hordéolo, por sua vez, pode ser chamado de 'externo' (lesão mais superficuial; terçol) ou 'interno' (lesão mais profunda). Em geral, se acompanham de incômodo, dor e inchaço local. Ocorrem em qualquer região das pálpebras (inferiores ou superiores), em um ou ambos olhos e podem ser recorrentes. Inicialmente, seu tratamento é clínico e, às vezes, prolongado. Alguns casos demandam intervenção cirúrgica. Leia mais sobre isso em nosso Instagram @bem.te.ver.
Erros refracionais

Existem basicamente 4 tipos de erros refracionais que levam à necessidade de uso de correção. São os problemas oculares mais comuns em todo o mundo. Imaginando o olho como uma máquina fotográfica, que capta as imagens a serem interpretadas pelo cérebro, a correção corresponde a uma lente que complementa o sistema óptico ocular, com objetivo de colocar as imagens em foco, garantindo nitidez (situação em que a imagem se forma no plano da retina)
Hipermetropia
é um tipo de erro refracional em que a imagem (na ausência de correção) é formada atrás da retina, gerando embaçamento, principalmente na visão de perto. A maioria das crianças nasce com hipermetropia, que vai diminuindo com o passar dos anos sem causar sintomas, pois seus olhos apresentam um mecanismo natural de compensação do grau. Na falta desta compensação, haverá necessidade de correção. Em algumas crianças, a hipermetropia pode causar estrabismo convergente. Em fase escolar, crianças hipermétropes costumam se queixar de dor de cabeça e cansaço ao esforço visual para perto ou após leitura.
Miopia
é um tipo de erro refracional em que a imagem (na ausência de correção) é formada à frente da retina, gerando embaçamento, principalmente na visão de longe. Nos míopes, a visão de perto em geral fica preservada. A miopia pode ser hereditária e, em crianças, pode aparecer ou aumentar durante as fases de maior crescimento (aumento de estatura). Também é comum em prematuros. Em fase escolar, as crianças míopes podem se queixar de dificuldade para enxergar o quadro ou ficam 'apertando' os olhos na tentativa de enxergar melhor.
Astigmatismo
é um tipo de erro refracional, quase sempre combinado com hipermetropia ou miopia, em que a imagem (na ausência de correção) é distorcida em um eixo do campo de visão, gerando embaçamento que afeta tanto a visão de longe como a de perto. Crianças com astigmatismo podem se queixar de incômodo à claridade.
Presbiopia
é popularmente chamada de vista cansada. Corresponde à perda da capacidade acomodativa do olho (foco de perto) que ocorre em geral a partir dos 40 anos de idade.
Os erros refracionais são corrigidos por meio de óculos, lente de contato ou cirurgia. Quando não corrigidos, impactam direta e negativamente no dia a dia das pessoas, principalmente em se tratando de crianças, que podem apresentar dificuldade escolar, baixa autoestima e má inserção social. Há uma grande correlação entre erro refracional não corrigido e repetência ou até mesmo evasão escolar. Daí a importância do programa de prevenção ocular. Saiba mais aqui.
Atenção! Uma diferença significativa de grau entre os dois olhos, chamada de anisometropia, é causa importante de ambliopia.

Estrabismo
Estrabismo diz respeito ao desalinhamento dos olhos, que devem funcionar em condições normais de forma 'paralela', com movimentação simétrica e sincronizada. É popularmente conhecido como olho torto e seu portador é tido como vesgo ou caolho. Com frequência, os pais notam sua presença ao observarem fotos de seus filhos, situação em que o desvio se mostra mais evidente.
Quando os olhos se tornam desalinhados ou desviados para dentro (voltados para o nariz), tem-se o estrabismo convergente ou esotropia. Quando desviados para fora (na direção das orelhas), tem-se o estrabismo divergente ou exotropia. Estes são os dois tipos principais e mais comuns, embora existam outros.
Os desvios oculares acarretam danos psicológicos profundos em seus portadores, mas o dano visual vai muito além da estética. A binocularidade (que permite a visão 3D) é rompida na presença do estrabismo, o que gera uma perda funcional muito grande, por vezes irreparável, se não tratada a tempo. Em fase escolar, pode ser motivo de bullying entre as crianças. O estrabismo pode ser congênito, secundário a outras patologias, ligado à prematuridade ou pode ocorrer após traumatismos. É comum haver histórico familiar da doença. Ele é avaliado e medido através do exame de motilidade ocular.

Exotropia

Esotropia
O estrabismo convergente é o tipo mais comum e pode ocorrer desde o nascimento, forma em que é chamado de congênito. Ele pode ocorrer também ligado ao um tipo de erro refracional chamado hipermetropia, em que costuma aparecer por volta dos 3 anos de idade.
O estrabismo divergente costuma provocar, além do desalinhamento, sintomas de fotofobia o que leva a criança a fechar um dos olhos (geralmente o olho desviado).
O tratamento do estrabismo pode ocorrer de diferentes formas, levando em consideração seu tipo, causa, se é constante ou intermitente, a idade do paciente e sua capacidade visual. Podem ser usados em seu tratamento óculos, tampão, exercícios ortópticos (um tipo de 'fisioterapia' para os olhos) e, por fim, cirurgia ou até mesmo toxina botulínica. Como as demais afecções oftalmológicas, a abordagem deve ser feita tão logo ocorram os primeiros sinais e sintomas, quando a criança deve ser levada ao oftalmologista infantil. Além da melhora funcional em alguns casos, a melhora estética é excelente e a maioria dos pacientes demonstra melhora significativa de sua qualidade de vida após o tratamento.
Por fim, temos uma condição que pode parecer estrabismo, mas não é. Chama-se pseudoestrabismo ou falso estrabismo. Saiba mais aqui.
Obstrução das vias lacrimais

A lágrima é produzida e drenada de forma contínua pelo sistema lacrimal. Quando o sistema de drenagem não funciona adequadamente, a lágrima produzida não segue seu caminho natural até a cavidade nasal. Dessa forma, fica acumulada e transborda as pálpebras. Alguns bebês podem nascer com o canal lacrimal entupido (uni ou bilateralmente), o que ocorre em aproximadamente 5% dos nascidos a termo. Esta condição causa lacrimejamento, por vezes contínuo, e predispõe a infecções ou outras complicações. A criança deve ser levada ao oftalmopediatra para avaliação e decisão quanto à forma de tratamento que, em geral, é feito inicialmente por meio de massagem com técnica e frequência adequadas. À medida que vai crescendo, em muitos casos este problema se resolve espontaneamente antes que a criança complete um ano de idade. Caso não haja melhora até esta idade, torna-se necessária uma intervenção cirúrgica (sondagem). Leia mais sobre isso em nosso Instagram @bem.te.ver.

Alergias oculares
Estima-se que 20% da população geral apresente alergia ocular. Na população infantil, a prevalência é ainda maior. O quadro oftalmológico está frequentemente associado a outros tipos de alergias ou atopias: asma, rinite ou dermatite atópica. O sintoma mais comum é a coceira. Também ocorrem irritação, queimação e vermelhidão nos olhos, lacrimejamento, inchaço e fotofobia. O quadro é crônico e recorrente, podendo se intensificar em determinadas estações do ano.
Há alguns tipos de alergia ocular. Embora diferentes, têm mecanismo de ação semelhante. Em geral a alergia se manifesta após o contato com um alérgeno, substância que desencadeia o processo. Os alérgenos mais comuns são: poeira, mofo, pólen, pelo de animais, ácaros, alimentos, perfumes, medicamentos, maquiagem, cremes e produtos de limpeza ou de higiene pessoal. Eles ativam anticorpos presentes na conjuntiva (membrana que recobre e protege os olhos), que levam à reação inflamatória. Alergia ocular, comumente conhecida como conjuntivite alérgica, acomete ambos olhos e não é contagiosa. Saiba mais sobre conjuntivites infecciosas aqui.
A principal etapa do tratamento é identificar os fatores que desencadeiam o processo alérgico e, em seguida, tomar medidas para evitar o contato com os mesmos; é o chamado controle ambiental. Em se tratando de alergia infantil, os pais devem, em primeiro lugar, atentar para o ambiente em que as crianças passam a maior parte do tempo: o quarto onde dormem. Algumas medidas podem ser de grande ajuda: lavar e guardar brinquedos de pelúcia, trocar cortinas de pano por painéis laváveis, retirar almofadas e tapetes do cômodo, observar o prazo de validade do colchão e do travesseiro e encapá-los, limpar o ambiente com pano úmido diariamente, trocar a roupa de cama semanalmente, evitar contato com animais dentro de casa, dentre outras. Além disso, é necessário uso de colírios adequados; às vezes são utilizadas pomadas oftálmicas. O tratamento à base de colírios para conjuntivite alérgica deve ser orientado pelo oftalmologista infantil.
A alergia ocular infantil manifesta-se em diferentes graus de intensidade, variando desde uma leve coceira até incômodo intenso com embaçamento visual. Se não tratada, ela pode predispor a outras condições ou doenças oftalmológicas. Por isso, não deixe de levar seu filho ao oftalmopediatra. Assim, ele receberá o diagnóstico e tratamento adequados ao seu tipo de alergia e à sua faixa etária. Leia mais sobre isso no nosso Instagram @bem.te.ver (clique aqui ou aqui).

Retinoblastoma
Retinoblastoma é o tumor maligno primário do olho (que se origina no olho) mais comum na infância. A criança já nasce com ele mas, por não ser visível a olho nu (se encontra lá no fundo do olho, nas camadas da retina) só é diagnosticado quando apresenta sinais e sintomas associados ou numa consulta preventiva.
Vamos raciocinar, pessoal. Para um tumor que nasce no fundo do olho apresentar sintomas, ele precisa se desenvolver bastante. Isso faz com que seu prognóstico seja mais reservado (pior) ao diagnóstico. Se você leva sua criança para o exame preventivo de rotina e o oftalmologista infantil detecta a lesão, a chance de cura é muito maior. Perceberam a importância dos exames de rotina ao longo da infância? Clique aqui e saiba mais!
Os principais sinais do retinoblastoma são leucocoria ('olho de gato') e estrabismo (desvio ocular). Outros sinais são: baixa visão, nistagmo e proptose (olho para fora).
O retinoblastoma tem consequências irreversíveis para a visão da criança, podendo levar à necessidade da retirada cirúrgica do globo ocular. Por vezes é fatal.
Seu tratamento é feito com laser, quimioterapia, radioterapia ou cirurgia.
A idade para se fazer o exame preventivo para o retinoblastoma são aquelas que já conhecemos: teste do olhinho ao nascimento, exame completo com 1 ano de idade, com 3, com 6 e com 10 anos. Saiba mais aqui. Antes disso, ou a qualquer momento, se a criança apresenta suspeita de problema ocular, não deixe para depois: procure um oftalmopediatra.
Retinopatia da Prematuridade

Retinopatia da prematuridade, ou ROP, é uma doença oftalmológica que afeta bebês que nascem antes do termo (antes do tempo previsto) e constitui uma causa importante de deficiência visual infantil. Quanto mais prematuro o bebê, e quanto mais baixo for o seu peso, maior é a chance de desenvolver problemas oculares, especialmente a retinopatia. Esta é uma condição que atinge a retina imatura (em processo de desenvolvimento), em geral nos dois olhos, e pode causar danos como descolamento e até mesmo cegueira. Para que essas consequências sejam evitadas, ou tratadas a tempo, é imprescindível submeter o prematuro ao exame oftalmológico precoce (ainda no berçário, em grande parte dos casos) e frequente (em intervalos definidos pelo profissional).
Os olhos dos bebês nascidos a termo apresentam a retina (e seus vasos) totalmente formada e desenvolvida. Eles não estão sujeitos à retinopatia, pois esta tem relação com a prematuridade. No entanto, nem todos os prematuros se encontram no grupo de risco. E quais são os que têm risco de desenvolver ROP? Esta definição é crucial para que sejam adequadamente inseridos num programa de acompanhamento.
Sabemos que alguns fatores contribuem para que este risco seja maior. Os mais importantes são: o quão prematuro é o bebê e o quão baixo é o seu peso. Bebês que nasceram com menos de 32 semanas de gestação ou pesando menos do que 1.500g são os que têm maior risco de desenvolver a doença. Outros fatores também contribuem para o aparecimento da ROP, até mesmo em bebês com peso maior que 1.500g: uso de oxigênio e suporte cardiorrespiratório (intubação, ventilação mecânica, CPAP), gemelares, aqueles que apresentaram quadro de sepse (infecção generalizada), anemia, instabilidade clínica, hemorragia intraventriluar (cerebral) ou que foram submetidos a transfusão de sangue. Importante frisar que existe uma relação comprovada entre o uso de oxigênio e a ROP; de forma que seu uso restrito e controlado diminui a incidência da doença.
Uma vez definido qual bebê tem risco para ROP, este deverá ser submetido a triagem ou rastreamento oftalmológico. Este exame deverá ser feito por oftalmologista experiente, através de aparelhos adequados ao tamanho e condição do bebê, mediante dilatação das pupilas.
Durante o acompanhamento, a cada exame o oftalmologista vai avaliar a retina do bebê, vai detectar se há necessidade ou não de tratamento (laser ou cirurgia) e vai definir o intervalo até o próximo exame. Quanto maior o risco de ROP, menor será este intervalo. À medida que a retina vai se desenvolvendo, o risco de ROP se torna menor e o intervalo vai se ampliando. O intervalo pode ser semanal, quinzenal ou mensal, assim definido pelo profissional. Aproximadamente 10% dos bebês do grupo de risco (inseridos no acompanhamento) vão precisar de tratamento.
O primeiro exame oftalmológico deve ser realizado em média após 4 semanas de vida. Caso o bebê esteja internado, o exame será realizado no berçário. Se já tiver recebido alta hospitalar, ele deverá ser levado ao consultório do oftalmologista infantil. O acompanhamento deverá ser feito até que a retina esteja totalmente desenvolvida e vascularizada. Neste ponto, não há mais risco de aparecimento de ROP. No entanto, a prematuridade leva a outros problemas oftalmológicos, tais como: ambliopia, estrabismo, pseudoestrabismo, alto grau (erros refracionais), glaucoma e catarata. Daí a importância do seguimento por parte do oftalmopediatra, ao longo dos primeiros anos de vida.
Uso de Telas
Sabemos o quanto dependemos de aparelhos eletrônicos para todo tipo de atividade atualmente: trabalho, estudo, diversão, socialização e tarefas do dia a dia. Nosso tempo diante das telas vem crescendo continuamente e isso leva a consequências em nossa saúde física, mental e ocular.
Os olhos das crianças, por estarem em desenvolvimento, ficam mais vulneráveis à estas influências. Pensando nisso, a OMS publicou algumas orientações visando o uso saudável e consciente de telas e eletrônicos. Estamos falando de uma atividade que envolve, ao mesmo tempo, esforço visual e sedentarismo. A combinação desses dois fatores pode ser bastante prejudicial, tão maior quanto mais nova for a criança.


O uso excessivo de telas prejudica a saúde ocular infantil, causando: desenvolvimento de miopia, sintomas de esforço visual (astenopia), embaçamento visual, diplopia (visão dupla), vista embaralhada, fotofobia (sensibilidade à luz), dor, ardor e ressecamento ocular. Esse conjunto de sintomas é chamado de "síndrome da visão de computador" (SVC).
Na saúde dos pequenos, percebemos: dores de cabeça, aumento da obesidade infantil e distúrbios do sono. Alterações comportamentais também estão ligadas ao uso de telas: problemas escolares, sintomas de agressividade, ansiedade e depressão. Outra grande preocupação está ligada à adição à internet, ao transtorno de jogos na internet e o uso problemático da internet, que pode expor as crianças ao bullying digital. Um perigo!
Pensando nisso, a OMS publicou algumas recomendações de tempo máximo de uso diário de tela por crianças, sendo que a orientação é "quanto menos, melhor":

Além de limitar o tempo de telas no dia (somando todos os tipo de tela, inclusive TV),
temos algumas dicas para amenizar o prejuízo. Confira aqui.
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Retinopatia da Prematuridade

Retinopatia da prematuridade, ou ROP, é uma doença oftalmológica que afeta bebês que nascem antes do termo (antes do tempo previsto) e constitui uma causa importante de deficiência visual infantil. Quanto mais prematuro o bebê, e quanto mais baixo for o seu peso, maior é a chance de desenvolver problemas oculares, especialmente a retinopatia. Esta é uma condição que atinge a retina imatura (em processo de desenvolvimento), em geral nos dois olhos, e pode causar danos como descolamento e até mesmo cegueira. Para que essas consequências sejam evitadas, ou tratadas a tempo, é imprescindível submeter o prematuro ao exame oftalmológico precoce (ainda no berçário, em grande parte dos casos) e frequente (em intervalos definidos pelo profissional).
Os olhos dos bebês nascidos a termo apresentam a retina (e seus vasos) totalmente formada e desenvolvida. Eles não estão sujeitos à retinopatia, pois esta tem relação com a prematuridade. No entanto, nem todos os prematuros se encontram no grupo de risco. E quais são os que têm risco de desenvolver ROP? Esta definição é crucial para que sejam adequadamente inseridos num programa de acompanhamento.
Sabemos que alguns fatores contribuem para que este risco seja maior. Os mais importantes são: o quão prematuro é o bebê e o quão baixo é o seu peso. Bebês que nasceram com menos de 32 semanas de gestação ou pesando menos do que 1.500g são os que têm maior risco de desenvolver a doença. Outros fatores também contribuem para o aparecimento da ROP, até mesmo em bebês com peso maior que 1.500g: uso de oxigênio e suporte cardiorrespiratório (intubação, ventilação mecânica, CPAP), gemelares, aqueles que apresentaram quadro de sepse (infecção generalizada), anemia, instabilidade clínica, hemorragia intraventriluar (cerebral) ou que foram submetidos a transfusão de sangue. Importante frisar que existe uma relação comprovada entre o uso de oxigênio e a ROP; de forma que seu uso restrito e controlado diminui a incidência da doença.
Uma vez definido qual bebê tem risco para ROP, este deverá ser submetido a triagem ou rastreamento oftalmológico. Este exame deverá ser feito por oftalmologista experiente, através de aparelhos adequados ao tamanho e condição do bebê, mediante dilatação das pupilas.
Durante o acompanhamento, a cada exame o oftalmologista vai avaliar a retina do bebê, vai detectar se há necessidade ou não de tratamento (laser ou cirurgia) e vai definir o intervalo até o próximo exame. Quanto maior o risco de ROP, menor será este intervalo. À medida que a retina vai se desenvolvendo, o risco de ROP se torna menor e o intervalo vai se ampliando. O intervalo pode ser semanal, quinzenal ou mensal, assim definido pelo profissional. Aproximadamente 10% dos bebês do grupo de risco (inseridos no acompanhamento) vão precisar de tratamento.
O primeiro exame oftalmológico deve ser realizado em média após 4 semanas de vida. Caso o bebê esteja internado, o exame será realizado no berçário. Se já tiver recebido alta hospitalar, ele deverá ser levado ao consultório do oftalmologista infantil. O acompanhamento deverá ser feito até que a retina esteja totalmente desenvolvida e vascularizada. Neste ponto, não há mais risco de aparecimento de ROP. No entanto, a prematuridade leva a outros problemas oftalmológicos, tais como: ambliopia, estrabismo, pseudoestrabismo, alto grau (erros refracionais), glaucoma e catarata. Daí a importância do seguimento por parte do oftalmopediatra, ao longo dos primeiros anos de vida.
Conjuntivites Infecciosas

Conjuntivite significa inflamação da conjuntiva, membrana transparente que recobre a superfície externa dos olhos. Quando esta inflamação é causada por microrganismos, recebe o nome de conjuntivite infecciosa. Os principais patógenos causadores desta condição são vírus e bactérias.
Os sintomas mais comuns são: irritação, ardor, queimação, coceira, vermelhidão, inchaço, secreção ou lacrimejamento, fotofobia e sensação de areia nos olhos. Pela manhã, os cílios parecem 'colados'. A conjuntivite é frequentemente bilateral, ainda que o início dos sintomas ocorra com intervalo de alguns dias entre os dois olhos. O quadro pode vir acompanhado de outras condições, como: infecção do trato respiratório, sinusite, otite e até mesmo gastroenterite; e pode apresentar sinais sistêmicos como dor de garganta, febre ou mal estar. A maioria dos casos têm curta duração (poucos dias); os que duram mais de uma semana demandam atenção especial. Por diferentes causas, surtos de conjuntivite ocorrem no verão, mas também no inverno.
As conjuntivites, especialmente as viróticas (que são as mais comuns), são muito contagiosas e se espalham facilmente em ambientes de trabalho, entre membros da família, em escolas e clubes. Para diminuir o risco de transmissão, recomendamos lavar as mãos antes e depois do uso de colírios, uso de toalha de rosto exclusiva, de preferência usar lenços descartáveis de papel, trocar a fronha diariamente durante o tratamento, não entrar em piscinas, não compartilhar objetos de uso pessoal e evitar contato próximo com outras pessoas.
Conjuntivites infecciosas são muito contagiosas e podem progredir para condições mais graves. Por isso, se a criança apresentar inflamação ocular persistente, procure o oftalmopediatra. Leia mais em nosso Instragram @bem.te.ver (clique aqui).

Uveíte Anterior
Uveíte é o termo usado para designar um quadro de inflamação intraocular. O olho é dividido anatomicamente em três partes: anterior (que fica na parte da frente, mais próxima da córnea), intermediária (que fica em torno do cristalino) e posterior (que fica na parte de trás, onde estão a retina e o nervo óptico). Vamos falar aqui da uveíte anterior, que ocorre na parte da frente do olho.
Existem algumas doenças sistêmicas que acometem o olho, causando uveíte anterior. Esta inflamação se manifesta em geral com dor ocular, fotofobia, vermelhidão, lacrimejamento e embaçamento visual. O processo inflamatório intraocular se inicia no tecido uveal (íris e corpo ciliar, quando se trata da parte anterior do olho), mas se espalha para as demais estruturas, o que representa um grande risco para a visão.
Uma vez diagnosticada a uveíte anteior em criança, o tratamento precisa ser feito de imediato, por um oftalmologista infantil ou especialista em uveíte, através de colírios e antiinflamatórios via oral. O acompanhamento deverá ser frequente, com intervalos definidos pelo profissional. Como complicação, podem ocorrer catarata, glaucoma, opacidades na córnea e até mesmo cegueira.
Uma das causas mais comuns de uveíte anterior em crianças é a Artrite Juvenil Idiopática, doença reumática que afeta as articulações do corpo. Ela pode aparecer em qualquer idade, desde a infância até a adolescência, afeta mais comumente as meninas e pode ter início súbito (abrupto) ou insidioso (arrastado). Sua causa não está bem definida, mas é classificada como uma doença auto-imune e não é contagiosa. Em crianças, o quadro ocular pode não ser muito evidente e costuma acometer ambos olhos. A inflamação é difícil de ser percebida a olho nu. Além disso, crianças pequenas não sabem informar dificuldade visual ou podem nem se dar conta que não estão enxergando bem, caso o problema ocorra em um olho apenas. Daí a importância de se levar a criança ao oftalmopediatra de rotina. Saiba mais sobre o programa de prevenção ocular infantil aqui.
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